quinta-feira, 10 de março de 2011

Superfície de Contato

Ela olhava dentro de seus olhos e sua pele ardia.
A distância era considerável entre os corpos, mas a química era absurdamente forte.
Cada movimento era percebido. O olhar disfarçado, a língua molhando os lábios secos, os dentes mordendo o canto dos lábios nervosos.
Ela podia observar tudo e notar o quanto estivera afastada do mundo.
Estivera perdida em seus objetivos que havia esquecido de olhar para as coisas que estavam a sua volta.
Ele lhe mostrou isso.
Muitas vezes sem nem ao menos sair do lugar onde estavam lhe mostrava coisas das quais ela preferia não ver enquanto focava seu destino em outra direção.
O sol e o frio lhe faziam lembrar-se dos domingos de julho, passados embaixo do cobertor, conversando sobre tudo e descobrindo um mundo de novas possibilidades em cada curva do seu corpo.
A lembrança dos braços fortes a segurando, da forma como a beijava e olhava a faziam arrepiar.
Então ela lembrava que ainda estava sentada há alguns metros de distância, apenas observando...
... Mas ela sabia que bastava um toque e então a transmissão aconteceria e o fogo correria líquido por suas veias.
Era a sua superfície de contato.

Um comentário:

  1. QUE.LINDO!

    Muito bom mesmo, Tali *___*
    Sei como é sentir isso ;)

    Beijão, gatona!

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